Educação Infantil

Na infância, tudo é aprendizado.

Todas as experiências e vivências de uma criança constituem descoberta de um novo mundo. O modo como ela viverá os seis primeiros anos de sua jornada é essencial para o desenvolvimento da autoestima, da confiança e da segurança de como lidar com os desafios do crescimento.

Reconhecemos a primeira infância como um período crucial para cultivar a curiosidade pelo mundo. É nela que se desenvolvem as habilidades essenciais para enfrentar os inúmeros desafios sociais, emocionais e cognitivos, inerentes ao crescimento.

Com a inauguração da unidade de Educação Infantil em Higienópolis, alcançamos finalmente uma ligação consistente entre todas as etapas educacionais, integrando uma educação judaica enraizada em mais de 4 mil anos de tradição com uma abordagem alinhada aos desafios contemporâneos.

Durante os 17 anos da vida de um aluno, nosso percurso educacional visa estabelecer uma base ética sólida, fundamentada na tradição judaica, formando nossos jovens para que possam expressar seus pensamentos e sentimentos sobre o mundo. Além disso, pretendemos cultivar humildade e pensamento crítico para fomentar respeito e o valor pela diversidade de opiniões.

Ao atentarmos para as diversas formas de expressão e linguagem de uma criança, foi natural desenvolver um projeto pedagógico bilíngue, onde o inglês se torna uma ferramenta essencial para os desafios de comunicação contemporâneos. Organizarmos nosso dia a dia conforme o calendário judaico, incorporamos a tradição das festas e princípios que nos guiaram até aqui. Criamos um ambiente pedagógico concebido desde sua concepção como um vasto campo de exploração e interação social, permitindo aos nossos educadores incentivar a curiosidade das crianças e desenvolver vínculos que perduram ao longo da vida.

Vêm do judaísmo um dos primeiros exemplos do respeito à infância – em tempos em que as crianças não tinham lugar relevante na família, eram enviadas ao trabalho, tratadas como fardos ou adultos em miniatura. Na antiga tradição judaica, crianças já deviam ser protegidas e cuidadas, pelos pais e pela comunidade, pois é um período de inocência e alegria, que representa o futuro.
Assim, ainda na Idade Antiga, a história registra takanots específicos para a educação de crianças. Desde então, o ensino ganha uma importância que sempre vai diferenciar a caminhada do povo judeu.
Está também no judaísmo a consciência de que as crianças aprendem de formas próprias, que para elas o estudo vem antes do trabalho, assim como se estabelece o papel essencial do professor. Da mesma forma, a educação surge como uma responsabilidade de toda a comunidade.
Nessa bela linha de valores, destaca-se a importância constitutiva das histórias para a compreensão do mundo, sempre repleta de símbolos, tradições e ensinamentos, e a cultura do diálogo, da argumentação, a crença de que a troca de ideias amplia o conhecimento.
É essa vertical de valores centrais que estabelece os alicerces do Alefinho – uma escola em que o respeito à infância está acima de tudo. Não a infância idealizada, não a infância celebrizada na mídia: a infância real, de crianças que vêm ao mundo para descobri-lo, investigar, brincar, imaginar, explorar as suas fronteiras, para nos lembrar a todo o tempo a maravilha da vida.
Nos valores pedagógicos do Alefinho, a infância não é um vir a ser, mas um tempo a ser vivido no presente, com todas as características que a definem. Um tempo em que as crianças são os sujeitos de sua história e participam da vida plenamente, revelando a cada momento sua incrível capacidade de pensar simbolicamente, construir respostas, criar, inventar um mundo que os adultos precisam reaprender a enxergar.

O projeto pedagógico é a alma de uma escola, o princípio que organiza tudo. Sem um projeto, o cotidiano é uma sucessão de atividades que não se integram e não formam sentido. Mas, ao contrário, de uma sólida proposta educativa, cada momento, cada experiência produz sentido.

Assim, é fundamental que as famílias entendam o que é o projeto pedagógico do Alefinho. E para isso não é preciso ser educador ou entender os termos da pedagogia. Basta saber que todo projeto deve responder a três perguntas: Qual é a sua visão de infância? O que esse projeto entende por conhecimento? Como a criança aprende? Boa escola é aquela que reconhece a criança como sujeito de um direito essencial – viver a plenitude da infância – e dá espaço para uma das mais incríveis características humanas, a curiosidade permanente pelo outro, por si mesmo, pelo mundo.

No caso do Alefinho, a criança é um sujeito pleno – pleno de direitos, inclusive o de viver a infância. É muito importante entender que a infância não é um período de passagem ou transição, em que se olha para um hipotético futuro aluno e se antecipa processos que terão seu próprio ritmo. A infância é um período único, em que o cérebro tem seu período de maior atividade, em que as crianças pequenas se entendem como parte do mundo e começam a se perceber como indivíduos. 

É um tempo em que a autonomia se constrói a todo momento e nos mínimos detalhes, como segurar um objeto, andar, correr, subir, se alimentar, pintar, brincar junto. É uma fase da vida em que tudo é descoberta e aprendizagem, e acontece de forma integral. Pensamento, emoções e sensorialidade são inseparáveis. As crianças agem sobre a realidade e se expressam simbolicamente por mil linguagens – e todas elas importam. O papel do adulto é entender seus processos e apoiá-las, não trazer lições e respostas prontas.

Assim, aprender não é algo que vem de fora para dentro, como se enche um copo vazio. É um movimento dinâmico de experimentação, formulação de ideias e hipóteses sobre o funcionamento do mundo, que progressivamente são superadas. Mais: é um processo que é, ao mesmo tempo, individual e coletivo, social, participativo. Só se aprende porque existe o outro.

Da mesma forma, a criança não é um aluno, que se submete à lógica do adulto que ensina ou se prepara para as etapas posteriores. É um ser integral em desenvolvimento, e o papel do professor é criar contextos para que possam ampliar as descobertas que farão, em um universo enriquecido de experiências. É essa curiosidade que levará as crianças a se interessar pelo mundo das letras e das palavras, e por todos os códigos que definirão as aprendizagens futuras – em seu próprio tempo.

A construção de um projeto pedagógico claro é o princípio que define a formação e o trabalho do professor, na organização do ambiente, na escolha dos recursos pedagógicos utilizados, nas características físicas dos materiais que as crianças trabalham, nos espaços livres, na terra, no quintal, nos ateliês. 

Por isso, o Alefinho criou uma estrutura pensada em função do projeto educativo, ou melhor, em função das crianças que aqui vão se inventar.

Não há salas de aula – uma vez que não há aulas. Existem salas de referência, os quais as crianças vão perceber como seus pontos de partida para as aventuras da aprendizagem. Não há mesas e cadeiras em que recebem instruções, mas espaços de desenvolvimento de seus projetos individuais e em grupos, momentos para conversas coletivas, em que participam da organização do seu cotidiano.

O Alefinho também tem ateliês, espaços identificados com a pedagogia da Reggio Emília, uma das mais avançadas do mundo. São laboratórios em diferentes áreas em que se criam contextos investigativos e pelos quais as crianças se expressam em suas múltiplas linguagens.

Todo o ambiente é planejado para que as crianças dele se apropriem, possam se entender como parte de um coletivo. A terra, o espaço do brincar, a natureza fazem parte desse território repleto de oportunidades de exploração e de intervenção.

Há, por fim, toda a estrutura necessária para o cuidado e a segurança das crianças – como refeitórios, espaços de higiene e banho, sempre adaptados para o projeto pedagógico.

O Alefinho atende crianças de 1 a 5 anos (creche e Educação Infantil), em diversas modalidades:
• Tempo regular: manhã, das 8h às 12h30, ou tarde, das 13h às 17h.
• Tarde estendida: das 11h45 às 17h30.
• Semi-integral: das 8h às 15h.
• Integral: das 8h às 17h30.

Na perspectiva de uma educação que contempla as múltiplas linguagens das crianças, a dimensão do idioma é fundamental. As línguas são portas para o mundo, pontes de conexão, ampliam o pensamento e as experiências de vida, estimulam o respeito ao outro e a celebração da diversidade.
É nessa perspectiva, também, que o aprendizado de língua inglesa faz parte do projeto pedagógico da Alefinho. O bilinguismo surge de forma orgânica, lúdica, plenamente integrada às atividades educativas da Educação Infantil.
Vale lembrar que é assim também na história da cultura judaica – como povo que se espalhou por todos os continentes e teve, no aprendizado dos diferentes idiomas, uma forma de integração e de respeito à cultura de todos. Nesse sentido, sim, aprender outras línguas é um processo de reconhecimento e valorização da diversidade humana.